As bazófias de Sharm el-Sheikh e a Cúpula do Clima

*Por Cristóvam Luiz.
 
Ao ver estampada na grande mídia a imagem de dois brasileiros “expertos no bom discurso de gerenciamento de problemas inter
nacionais” na reunião da Cúpula do Clima, nos vem a confirmação de que as bazófias pregadas em Sharm el-Sheikn foram as mais aviltantes para aqueles ambientalistas que de fato querem as mudanças na política ambiental de todo o planeta.




Divulgação


A Cúpula do Clima, também denominada de Cúpula de Líderes sobre o Clima, é um evento que reúne eventualmente os principais líderes mundiais. O ajuntamento tem como objetivo discutir e propor ações que visem auxiliar as tomadas de decisão frente a crise global das mudanças climáticas. O evento ocorre em meio a custos crescentes de combustíveis e tensões diplomáticas em todo o mundo, além do uso de energias poluentes em grande parte pelos países chamados desenvolvidos.
 
Após "convite" feito pelo presidente egípcio Abdel Fatah al-Sissi, o ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva (PT) no seio de um resultado eleitoral extremamente questionado por dezenas de milhões de brasileiros, compareceu ao palco da COP-27 e fez a leitura de seu discurso para uma plateia pouco expressiva  do evento, registrando como teor principal do discurso o interesse das ONGs na liberação de recursos dos países ricos para os “projetos de conservação da natureza no Brasil”. E, claro, quando se fala em dinheiro fácil para os cofres de instituições satélites, que se nutrem de um pseudo ambientalismo, principalmente usando a marca da Amazônia, os aplausos são mais efusivos pelos ativistas beneficiados presentes, mesmo que os benefícios não cheguem aos verdadeiros defensores do meio ambiente no Brasil.
 
A grande desfaçatez, porém, ocorreu na reunião de cúpula de governadores e seus assessores, oriundos da Amazônia brasileira, em que o representante do Governo do Estado do Pará, cuja região há muitos anos lidera a derrubada de florestas e as queimadas na região Norte do Brasil, entregou uma carta ao senhor Lula do PT para que ele faça “investimentos sociais e de defesa de projetos ambientais na Amazônia”.
 
Sem dúvidas, essa foi uma das maiores bazófias já ocorridas num evento internacional, eivado de discursos que poucos têm a sensatez de praticar em suas administrações e muito distante da realidade dos povos da Amazônia.
 
Maior perplexidade, entretanto, ocorreu por conta da grande emissão de gases de efeito estufa produzida pelas aeronaves que levaram esses ambientalistas de araque para desfilar e pregar aleivosias em terras egípcias. Mas o pior dos exemplos foi constatado pelo uso de jatinho da comitiva lulista, considerado como mais um escândalo de corrupção à vista que foi escancarado na cara do Brasil, onde o proprietário do jatinho usado é um dos amigos de Lula.
 
Segundo a jornalista Mônica Bergamo, da Folha de São Paulo, o jato pertence, na realidade, ao brasileiro José Seripieri Junior, dono da Qualicorp Saúde, dona do plano de saúde Qsaúde. Seripieri Júnior é amigo de Lula e foi um dos doadores da campanha do petista à reeleição em 2022. O empresário foi preso na Operação Lava Jato da Polícia Federal em 2020, acusado de caixa-dois no valor de R$5 milhões para a campanha de outro político, José Serra, do PSDB. A prisão temporária durou apenas 5 dias e o empresário acabou optando por fazer uma delação premiada.
 
Talvez essas bazófias tenham sido pressupostas pela agora adolescente Greta Thumberg, ativista ambiental sueca, que recentemente declarou que não iria à reunião da COP-27 em razão de que os chamados líderes mundiais pouco estão levando à sério os graves problemas das mudanças climáticas.
 
E pela decolagem e pouso de aeronaves poluidoras, pelo aumento do uso de energias consideradas sujas pelos países desenvolvidos e em desenvolvimento, e além de tudo pela falta de seriedade dos considerados líderes para a conservação do planeta, a população mundial vai continuar sofrendo os revezes do meio ambiente, e muitos pseudoambientalistas, irresponsáveis e míopes, continuarão a jogar a culpa do aumento da temperatura da terra, em grande parte em virtude das queimadas que ocorrem  na Amazônia...
 
*Cristóvam Luiz é professor, microempresário de mineração, autor dos livros eletrônicos “Redação Oficial e Comercial em Multimídia”, lançado em Manaus-AM, “Redação em Multimídia para Vestibulares e Concursos”, lançado em São Paulo (SP), “Redator Legislativo”, lançado em evento do Congresso Nacional em Brasília (DF). Recentemente o autor lançou o livro bilíngue denominado “O Mapa, a Mina e os Sonhos – Uma pequena aventura na Amazônia”. É autor também  dos livros "Como Elaborar Proposições Legislativas Eficazes" e Organizador da "Constituição do Estado do Acre ( Com edição atualizada até a Emenda Constitucional N° 68, de 04/01/2023)  Como ativista social, foi Co-fundador do Fórum para o Desenvolvimento do Amazonas – FDR e do Fórum de Estudos Econômicos e Sociais para o Desenvolvimento Sustentável – FOCOS.




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