AMAZÔNIA: MITOS, INTRIGAS E REALIDADES

  Por Cristóvam Luiz*

“Os ambientalistas precisam sair das zonas de conforto das metrópoles, mudando os discursos críticos fáceis, para agir em prol de intensos florestamentos nas regiões que foram desmatadas há séculos passados por seus ancestrais”


                    A Mineração, como um dos mais importantes setores vocacionados para o desenvolvimento regional, tem sido questionado durante muitas décadas no Brasil e no mundo. Geradora de riquezas, de emprego, renda e tributos, a mineração brasileira, apesar de ter sofrido uma vergonhosa perda de credibilidade institucional, ligada ao recente acidente ocorrido em Mariana, em Minas Gerais, vem crescendo numa contínua oferta de boas práticas desenvolvimentistas em diversos Estados brasileiros, em especial na Bahia, em Goiás, no Pará e secularmente no próprio Estado de Minas Gerais.

                    Especificamente no Estado do Amazonas, há muitos anos, a exploração de ouro, cassiterita, Calcário e muitos outros minérios, vem sendo relegados a um plano de underground, onde os maus hábitos e as práticas nocivas crescem entre os devaneios do garimpo ilegal e as medidas burocráticas da emperrada máquina da governabilidade. Apesar de se ter grandes reservas minerais, que representam muitos bilhões de dólares a serem acrescidos na economia brasileira e regional, não temos sequer uma Secretaria de Estado de Mineração que possa organizar esse setor.

                    Na administração do ex-governador Gilberto Mestrinho, de honrosa memória, havia entretanto uma constante valorização do setor, onde se mantinha inclusive a formação de técnicos numa excelente Escola de Mineração, que hoje serve de abrigo à administração improdutiva, polêmica e confusa da Prefeitura Municipal de Manaus, cujo gestor, vem dizendo nas mídias que é contra a mineração e o garimpo, esquecendo que granitos, tijolos, areias, cimentos e os asfaltos usados pela Prefeitura nas necessárias obras urbanas da cidade, são oriundas do suor e do trabalho duro e honesto na indústria de transformação desses minérios. Isso comprova que o discurso pseudo-ambiental desse gestor e de muitos ambientalistas metropolitanos, mundo além, representa um retrocesso ao legado econômico, cultural, educacional e das políticas públicas necessárias ao desenvolvimento nacional.

                    Nesse contexto, se fortalece a “ingenuidade” das ONGs e a clara orientação dos trustes internacionais para bloquear o processo de desenvolvimento de nossos povos. E sobretudo, é estarrecedora a ignorância e o descaso para com a atividade mineral no Amazonas. Somente algumas empresas, com ramificações internacionais, estão mantendo em ritmo lento a sua produção, principalmente no município de Presidente Figueiredo, em enorme prejuízo para os cofres do Estado. Por outro lado, os garimpos desorganizados em Maués, Manicoré, Novo Aripuanã e Humaitá, é um tapa na cara dos cidadãos de bem que querem trabalhar honestamente, para beneficiar e gerar riquezas para a população. 

                    Se não há incentivo, se não há controle e organização do setor, se não há uma política contundente e confiável para a atividade, certamente prevalecem os desmandos e os vícios que favorecem o contrabando de minérios e a evasão de divisas. Certamente, não é o que querem as autoridades, tampouco não é o que espera o povo amazonense em muitas décadas, desde o tempo dos nossos bisavós. Os nossos ancestrais sabem que em diversos municípios do Estado, a exemplo de São Gabriel da Cachoeira, repousam um berço esplêndido de riquezas em ouro, nióbio, cassiterita, granitos nobres e terras raras que podem gerar muitos bilhões de dólares, cujas riquezas, bem que poderiam ser exploradas com sustentabilidade pelo seu povo e para o povo.

                    Quanto à questão da proteção ambiental, que deve ser intrínseca para todos os países do mundo, é bom lembrar: Os ambientalistas precisam sair das zonas de conforto das metrópoles, mudando os discursos críticos fáceis, para agir em prol de intensos florestamentos nas regiões que foram desmatadas há séculos passados por seus ancestrais.


👆*Cristóvam Luiz é professor, microempresário de mineração, autor dos livros eletrônicos “Redação Oficial e Comercial em Multimídia”, lançado no Studio 5 Festival Mall, em Manaus (AM), “Redação em Multimídia para Vestibulares e Concursos”, lançado no ITM Expo, em São Paulo (SP), “Redator Legislativo”, lançado em evento do Congresso Nacional em Brasília (DF). Como ativista social, foi co-fundador do Fórum de Controle Social – FOCOS e do Fórum para o Desenvolvimento do Amazonas. 

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