UM PRELÚDIO AO “PARQUE DO PURUSSAURUS DA AMAZÔNIA”






Ao estruturar um novo livro que está sendo desenvolvido com o tema “O Geoparque do Purussaurus da Amazônia”, que será lançado ainda neste ano de 2024, fruto de extenso e rigoroso trabalho de produção sociocultural, tive o prazer de unir informações extremamente úteis para a sociedade brasileira, com as devidas incursões pela interação litero-palentológica. E mais que isso, tive a grata satisfação de reunir em Manaus com uma das maiores referências em estudos e achados da Paleontologia na América do Sul, o Prof. Dr. Alceu Ranzi, que foi um dos precursores dos achados de animais gigantes fossilizados da Amazônia, como exemplo o denominado “Purussaurus brasiliensis”.

Nessa reunião, ficou definido uma série de desafios e tarefas com vistas à criação de um Geoparque na Amazônia. Historicamente reconhecidos como Geoparques Mundial da Unesco estão: Araripe, no Estado do Ceará; Seridó, no Rio Grande do Norte; e Caminhos dos Cânions do Sul, entre o Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Mas afinal, o que é um Geoparque e quais são as vantagens que advém de sua criação para a região e para o país?

Segundo recentes estudos apontados por membros do Serviço Geológico do Brasil – SGB (antiga CPRM) “Os Geoparques representam uma iniciativa em nível mundial bem-sucedida. No ano 2000 eram quatro geoparques em quatro países europeus formando a Rede Europeia de Geoparques. Atualmente são 87 geoparques espalhados em 27 países do mundo, formando a Rede Global de Geoparques sob os auspícios da UNESCO. O Brasil está representado nessa rede pelo Geoparque Araripe, o primeiro das Américas, criado em 2006. O Brasil, no entanto, tem potencial para a criação de novos geoparques, em especial se levarmos em consideração a sua extensão territorial e a sua grande geodiversidade.

De acordo com a Rede Global de Geoparques, um geoparque representa uma área geográfica onde o patrimônio geológico faz parte de um conceito holístico de proteção, educação e desenvolvimento sustentável. Em outras palavras, são territórios abertos sem enquadramento legal, onde sítios geológicos de valor singular do ponto de vista científico, educativo, turístico e outros, criam os meios (geração de renda e empregos) para a preservação do patrimônio geológico. Além de difundirem o conhecimento científico, promovem ações educativas para a popularização das Geociências e dessa maneira dão suporte ao desenvolvimento sustentável através do geoturismo. O Serviço Geológico do Brasil-CPRM não poderia estar ausente dessa iniciativa. Por ser o grande gerador e detentor do conhecimento geológico nacional, cabe à CPRM o papel de indutor na proposição de novas áreas com potencial para futuros geoparques.” (Schobbenhaus, Carlos & Silva, Cassio Roberto in Geoparques do Brasil – Propostas)

"E a região onde viveu o Purussaurus brasilienses, na bacia do Rio Purus, será o palco geográfico de futuras atividades socioculturais para abraçar turistas, pesquisadores, profissionais e estudantes de todo o mundo. Quem viver verá!"

Adaptado a esse contexto de exigências e indicações, o livro supramencionado vem trazer ao público, às academias e instituições regionais e nacionais um levantamento histórico e um anteprojeto de extrema relevância para os Estados do Amazonas e do Acre, concernentes à criação do primeiro Geoparque da Amazônia. E a região onde viveu o Purussaurus brasilienses, na bacia do Rio Purus, será o palco geográfico de futuras atividades socioculturais para abraçar turistas, pesquisadores, profissionais e estudantes de todo o mundo. Quem viver verá!

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*Cristóvam Luiz é professor, escritor e microempresário de mineração. Autor de obras publicadas no Brasil e no exterior.


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